Duas intervenções durante a Semana do Meio Ambiente demonstram a importância da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) nas questões ambientais do município. Enquanto máquinas trabalham na revitalização de margens de rio na Vila Beira-Rio, no Tatuquara, um gestor ambiental do projeto Bairro Novo do Caximba ensina as crianças da Vila 29 de Outubro a montarem uma composteira, para reaproveitar resíduos orgânicos.
“Quando se fala em Cohab boa parte das pessoas associa unicamente à construção de moradias. Todavia nosso trabalho é mais amplo do que isso”, diz o presidente da Cohab, José Lupion Neto.
“Seguindo determinação do prefeito Rafael Greca, as intervenções habitacionais têm um forte componente ambiental, pois liberam áreas de preservação que são ocupadas irregularmente, além de proporcionarem educação ambiental junto à população beneficiada”, diz Lupion Neto.
Nos últimos anos foram transferidas de áreas de risco para habitações seguras 584 famílias em diferentes regiões da cidade.
Além de garantir moradia digna para estas mais de duas mil pessoas, as intervenções de reassentamento liberam margens de rios que estavam degradadas para que sejam revitalizadas com obras de recuperação ambiental.
Empreendimentos
Grandes conjuntos habitacionais foram construídos para receber os moradores de locais de vulnerabilidade social e desta forma possibilitaram a recuperação de córregos, rios e bosques nas bacias hidrográficas dos rios Atuba, Barigui e Belém.
Destaque para o Moradias Alamanda e Acrópole, no Cajuru; Moradias Arapoti, na CIC; Moradias Maringá, no Cachoeira; Moradias Faxinal, no Santa Cândida; Moradias Prado, no Prado Velho; Moradias Parolin, no Parolin; e Moradias Bela Vista da Ordem, no Tatuquara.
A conclusão do Moradias Vila Nina, no Fazendinha, está prevista para julho de 2022. As 23 unidades fazem parte do projeto Cohab Solar, que compõe o programa Curitiba Mais Energia e serão entregues com painéis fotovoltaicos que transformam radiação solar em energia elétrica para uso doméstico.
“Temos respeito pelas pessoas e pelo meio ambiente. Beira de rio não é lugar para morar. Tiramos as famílias de condições insalubres e levamos para moradias de qualidade. As margens de nossos rios se transformam em áreas de preservação, lazer e convivência”, ressalta o prefeito Rafael Greca.
Recuperação ambiental
Após a transferência das famílias, a Cohab inicia as obras para a revitalização da vegetação nativa e implantação de equipamentos esportivos e de lazer, a exemplo do que está ocorrendo atualmente na Vila Beira-rio, no Tatuquara.
“Ao fazermos a recuperação ambiental seguindo a legislação, com instalação de canchas esportivas, parquinhos e áreas de estar, estamos convidando a própria população a utilizar o espaço e ajudar a cuidar das áreas”, explica a diretora técnica da Cohab, Melissa Kesikowski.
Em fase de limpeza e terraplenagem, a obra na Vila Beira-rio prevê o plantio de 1,6 mil metros quadrados de grama, 295 mudas de árvores, implantação de pista de caminhada, cancha de mini-futebol e área de convivência com bancos.
A aposentada Genoveva Markesvis, 80 anos de idade, mora há 20 na vila com a filha Maria Aparecida. Em 2020 foram transferidas para uma casa da Cohab, onde vivem com mais segurança. A expectativa para a conclusão da obra de recuperação ambiental é a melhor possível.
“Era um local que não tinha nenhum uso, depois que terminar vai ficar muito bom para a comunidade se encontrar para conversar, para a criançada brincar”, afirma Genoveva.
Nos últimos anos, a Cohab revitalizou áreas que estavam degradadas na Vila Prado, no Prado Velho; Vila Bela Vista da Ordem, no Tatuquara; Vila Acrópole e Vila Autódromo, ambas no Cajuru; Vila Flávia Borlet, no Boqueirão; e Vila Nori, no Pilarzinho, onde o prefeito Rafael Greca inaugurou o Bosque da Colina.
Educação
Também fazem parte dos projetos da Cohab ações de educação ambiental com coletores de materiais recicláveis, crianças e população em geral. Durante a Semana do Meio Ambiente, o gestor ambiental Vágner Cypriano, do projeto Bairro Novo do Caximba, ensinou para estudantes do 1º ano da Escola Municipal Joana Raksa como construir uma composteira.
As professoras Keila Marilei Silva e Maria Angela Miranda também participaram da atividade. Com a reutilização de embalagens grandes de margarina eles aprenderam a montar a estrutura que transforma cascas e restos de frutas, legumes e verduras em biofertilizante.
Além da geração de adubo, a compostagem reduz a destinação de resíduos orgânicos nos aterros sanitários. O estudante Wesley, de 7 anos, saiu empolgado com os novos conhecimentos.
“A aula foi muito boa, eu aprendi como fazer uma composteira. Nela não pode ir alimentos cozidos e com sal. Só alimentos crus, folhas, casca e pó de café. Depois de um tempo sai um adubo, que tem que ser usado aos poucos para não matar a planta”, destacou o estudante.
Os curitibinhas também aprenderam sobre a correta destinação do lixo. “Aprendi que não podemos queimar o lixo. Pois ele libera fumaça tóxica. Por isso que minha avó tá internada com pneumonia. Ela queima o lixo. Agora, eu falei lá na minha casa para não queimar mais”, finalizou Wesley.
