O novo plano diretor de Curitiba, habitação popular e as realizações dos primeiros 100 dias de gestão foram os principais temas abordados durante palestra proferida pelo prefeito Eduardo Pimentel na sede do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-PR), na noite de terça-feira (15/4).
Durante o evento, o prefeito Eduardo Pimentel, o presidente da Cohab, André Baú, o presidente da FAS, Renan de Oliveira, e o presidente do Sinduscon-PR, Carlos Cade, assinaram um protocolo de intenções referente à adesão ao projeto Construção do Bem.
A iniciativa pretende utilizar materiais de construção doados por empresas para executar reformas em moradias de famílias vulneráveis, em especial chefiadas por mulheres beneficiárias de programas sociais.
O objetivo é unir poder público, entidades e empresas para a promoção da habitação social e da garantia do direito à moradia digna, bem como com a busca de soluções inovadoras, que atendam às necessidades da população de forma eficiente e sustentável.
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“Esta agenda já estava marcada há quatro meses. Eu queria vir aqui para contar um pouco do que nós fizemos ao longo desses 100 dias. E tem muita coisa, como o projeto de revitalização do Centro, as obras da cidade, a entrega de ônibus novos, o Vale-Creche, o Vale Qualificação, a tarifa pela metade aos domingos e feriados, a Tarifa Zero para os desempregos, dentre muitas outras coisas”, enumerou o prefeito curitibano.
Moradias nos bairros e no Centro
Eduardo Pimentel frisou que o encontro com empresários do setor de construção civil também teve o objetivo de tratar de uma de suas principais propostas do plano de governo, que é a entrega de 20 mil casas populares.
“Eu tenho um compromisso de gerar 20 mil unidades na cidade de Curitiba nos próximos quatro anos. E o Sindicato da Construção é um importante parceiro nessa ação. Não só na construção nas áreas mais afastadas do Centro, de casas e sobrados, mas também nesse grande projeto de requalificação do Centro, principalmente com a requalificação de prédios antigos para a habitação”, explicou o prefeito.
Plano diretor e ferrovia
Outro assunto importante foi a revisão do novo Plano Diretor de Curitiba, cujas discussões começaram em abril. Instituído em 1966, o Plano Diretor é revisado a cada dez anos, conforme exigência constitucional e do Estatuto da Cidade. A atual versão está vigente pela Lei Municipal 14.771/2015. O processo tem uma gestão participativa e democrática, com envolvimento da sociedade civil organizada e equipe técnica multissetorial da Prefeitura de Curitiba e outras esferas do poder público.
“A revisão do plano diretor é a grande oportunidade que a gente tem de sinalizar para onde a cidade pode crescer nos próximos dez anos. A partir de agora nós vamos levar a discussão às entidades e aos bairros da cidade, para que no ano que vem a gente possa aprovar o documento na Câmara Municipal”, disse o prefeito.
Relacionado a este tema, o prefeito relatou aos presentes que esteve recentemente em Brasília, no Ministério dos Transportes, para que a empresa responsável pelo transporte ferroviário no Paraná retire as linhas férreas de carga que passam pelo perímetro urbano de Curitiba, uma vez que já existe a discussão da renovação antecipada da concessão, que vai até 2027.
“Eu fui pedir para que Curitiba seja escutada. Tem que ter uma solução. São 35 anos de concessão. É uma janela para fazer um contorno, mas há uma outra solução que é a vedação da malha do trem, com a construção de viadutos e trincheiras para que não tenha interferência do trem no espaço urbano”, disse.
Reforma tributária
Também sobre a sua passagem por Brasília, Eduardo Pimentel contou que participou de uma reunião da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) para discutir a reforma tributária e a criação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).
“Todo mundo quer a reforma tributária, porém nós temos que defender que os municípios não percam a autonomia para que o imposto não vá só para o Estado. Aqui no Paraná o governador Ratinho é um grande auxiliador de Curitiba”, ressalvou.
Grandes obras, grandes benefícios
O prefeito também falou das grandes obras de mobilidade que estão acontecendo em Curitiba do Novo Inter 2 e do Ligeirão Leste-Oeste.
“São obras importantes e eu tenho falado muito uma frase: o transtorno passa e o benefício fica. Por que nós estamos fazendo todas estas mudanças? Para que o usuário do transporte coletivo e também do carro passem menos tempo no trânsito. Para que a linha Inter 2 e o Ligeirão Leste-Oeste demorem menos tempo no seu percurso total. Para dar um exemplo, o Ligeirão Norte-Sul, que vem do Terminal de Santa Cândida até o Terminal do Pinheirinho, gera uma economia de tempo de 12 a 15 minutos para os usuários que fazem o trajeto completo”, exemplificou.
Muito positivo
O presidente do Sinduscon-PR, Carlos Cade, disse que o encontro do prefeito com os empresários do setor foi muito positivo.
“O prefeito está bem aberto para ouvir a sociedade organizada, nossas sugestões, porque nós temos muita informação da população. Isso nos permite colocar para ele algumas ideias e a gente percebe que a qualidade de decisão que ele vai ter durante a gestão será muito boa” assegurou o dirigente.
Presenças
Participaram também do encontro os secretários municipais Marcelo Fachinello (Governo Municipal), Almir Bonatto (Urbanismo) e Professor Euler (Esporte, Lazer e Juventude); a procuradora-geral de Curitiba, Vanessa Volpi; Maria Cristina Trovão (Supervisão de Sustentabilidade Urbana do Ippuc); os vereadores Rafaela Lupion (presidente da Comissão de Urbanismo da Câmara), Guilherme Kilter, Indiara Barbosa e Serginho do Posto; José Carlos Versetti (vice-presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná); Antônio Borges dos Reis (diretor do Instituto de Engenharia do Paraná); Carlos Canto (Creci-PR); Frederico Karsrten; Adilson de Souza (diretor da Câmara de Valores Imobiliários Estado do Paraná); Paulo Naviack (vice-presidente da Fecomércio); Ricardo Toyoukuk (presidente do Secovi-PR); o diretor-presidente da Ferroeste, André Luís Gonçalves, além de empresários da construção e técnicos do setor.