Presidente da Cohab, José Lupion Neto, apresentou o trabalho da companhia para representantes da Agência Francesa. Curitiba, 19/03/2024 Foto: Rafael Silva

Agência Francesa busca levar experiências da Cohab Curitiba para outros países

A diretoria da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) apresentou, nesta terça-feira (19/3), o histórico de atuação do órgão à frente da política habitacional do município para representantes da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), entidade que financia projetos em Curitiba, entre eles o Bairro Novo da Caximba.

“Queremos usar como exemplo as experiências exitosas da política de habitação de Curitiba em outros países nos quais atuamos e que enfrentam desafios semelhantes. Acompanhamos o trabalho desenvolvido no Caximba e hoje pudemos conhecer de forma mais completa a atuação da Cohab”, destacou o gerente sênior de projetos da AFD, Rogério Barbosa.

A reunião, realizada no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), fez parte da missão da AFD em Curitiba, que vai até a próxima sexta-feira (22/3), com discussões sobre possíveis novos financiamentos para Curitiba.

Também estiveram no encontro, que foi solicitado pela própria Agência Francesa, a chefe de equipe da AFD, Delphine Le Duff, e a especialista de ESG (Ambiental, Social e Governança) da AFD, Carine Chevallier.

“Estamos muito interessados no modelo da Cohab, são intervenções com forte apelo social e também preocupação ambiental. Temos outros projetos em vista aqui na cidade, nos quais serão necessários reassentamentos de moradores e esperamos contar com a experiência dos profissionais da Cohab”, disse Delphine.

Histórico

O presidente da Cohab, José Lupion Neto, conduziu a apresentação, que contou com a participação do diretor administrativo-financeiro, Edmundo Veiga; da diretora de relações comunitárias Meiri Morezzi; e da diretora técnica Melissa Kesikowski, além do assessor jurídico Guilherme de Pauli.

Lupion explicou o surgimento da Cohab, em 1965, o contexto do crescimento da cidade principalmente após a metade da década de 70, descreveu a evolução da política habitacional seguindo o Plano Diretor do município e esclareceu sobre as fontes de recurso utilizadas ao longo dos anos.

Com a extinção do Banco Nacional da Habitação (BNH) em 1985, as grandes cidades precisaram se reinventar para o setor não parar. Lupion usou o exemplo da primeira gestão do prefeito Rafael Greca, em 1993, quando implantou com recursos municipais o Bairro Novo do Sítio Cercado, onde foram entregues mais de 10 mil lotes urbanizados.

Após mostrar a história da Cohab, o presidente falou sobre as realizações da atual gestão, que mesmo em um cenário de escassez de investimentos federais, desde 2017 atendeu 8,5 mil famílias com novas casas e títulos de propriedade.

“Fortalecemos as parcerias com a iniciativa privada para atender a fila de inscritos e com o aumento nas receitas do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social estamos construindo casas para reassentar moradores de áreas de risco”, ressaltou Lupion.

 

Fontes de recurso

Um dos principais interesses da comitiva francesa diz respeito às fontes de recurso que a Cohab utiliza para executar seus projetos. Lupion explicou que atualmente há projetos executados com recursos do orçamento municipal, como as 108 casas em obras na Vila Divino, no Atuba, e outros com recursos do FMHIS, como o Moradias Parati, com 24 casas na CIC.

“Além disso, estamos em processo de viabilizar outras 576 unidades, agora que o governo federal voltou a disponibilizar recursos do programa Minha Casa Minha Vida para a faixa 1, que são as famílias de renda mais baixa”, destacou o presidente da Cohab.

Após a apresentação, houve um debate e os representantes da AFD puderam sanar algumas dúvidas sobre o programa habitacional.

“Eu aprendi muito hoje, é um conhecimento enorme que os profissionais da Cohab acumulam, com todo esse histórico que nos foi apresentado. Isso deve ser compartilhado para que outras localidades encontrem soluções na prática para suas necessidades”, concluiu Rogério Barbosa.